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Programação Semanal

Terças-feiras - Reunião de Oração às 20hs

Quartas-feiras - Tarde da Benção às 14hs

Domingo - Culto da Família – às 19:30hs

Venha louvar e adorar à Deus conosco!

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

COMO EVITAR DESIQUILÍBRIOS RELIGIOSOS

Os nossos esforços para sermos corretos nos podem conduzir ao erro.
A operação do Espírito, no coração humano, não é inconsciente nem automática. A vontade e a inteligência humana devem ceder e cooperar com as benignas intenções de Deus. Penso que é neste ponto que muitos de nós se perdem. Ou tentamos nos tornar santos, e, então, falhamos miseravelmente; ou, então, procuramos atingir um estado de passividade espiritual, esperando que Deus aperfeiçoe nossa natureza, em santidade, como alguém que se assentasse esperando que um ovo de pintarroxo chocasse sozinho. Trabalhamos febrilmente, para conseguir o impossível, ou não trabalhamos de forma alguma. O Novo Testamento nada conhece da operação do Espírito em nós, à parte de nossa própria resposta moral favorável. Vigilância, oração, autodisciplina e aquiescência inteligente aos propósitos de Deus são indispensáveis para qualquer progresso real na santidade. Existem certas áreas de nossas vidas em que os nossos esforços para sermos corretos nos podem conduzir ao erro, a um erro tão grande que leva à própria deformação espiritual. Por exemplo:
1. Quando, em nossa determinação de nos tornarmos ousados, nos tornamos atrevidos. Coragem e mansidão são qualidades compatíveis; ambas eram encontradas em perfeitas proporções em Cristo, e ambas brilharam esplendidamente na confrontação com os seus adversários. Pedro, diante do sinédrio, e Paulo, diante do rei Ágripa, demonstraram ambas essas qualidades, ainda que noutra ocasião, quando a ousadia de Paulo temporariamente perdeu o seu amor e se tornou carnal, ele houvesse dito ao sumo sacerdote: “Deus há de ferir-te, parede branqueada”. No entanto, deve-se dar um crédito ao apóstolo, quando, ao perceber o que havia feito, desculpou-se imediatamente (At 23.1-5).
2) Quando, em nosso desejo de sermos francos, tornamo-nos rudes.Candura sem aspereza sempre se encontrou no homem Cristo Jesus. O crente que se vangloria de sempre chamar de ferro o que é de ferro, acabará chamando tudo pelo nome de ferro. Até o fogoso Pedro aprendeu que o amor não deixa escapar da boca tudo quanto sabe (1 Pe 4.8).
3) Quando, em nossos esforços para sermos vigilantes, ficamos a suspeitar de todos. Posto que há muitos adversários, somos tentados a ver inimigos onde nenhum deles existe. Por causa do conflito com o erro, tendemos a desenvolver um espírito de hostilidade para com todos quantos discordam de nós em qualquer coisa. Satanás pouco se importa se seguimos uma doutrina falsa ou se meramente nos tornamos amargos. Pois em ambos os casos ele sai vencedor.
4) Quando tentamos ser sérios e nos tornamos sombrios. Os santos sempre foram pessoas sérias, mas a melancolia é um defeito de caráter e jamais deveria ser mesclada com a piedade. A melancolia religiosa pode indicar a presença de incredulidade ou pecado, e, se deixarmos que tal melancolia prossiga por muito tempo, pode conduzir a graves perturbações mentais. A alegria é a grande terapia da mente. “Alegrai-vos sempre no Senhor” ( Fp 4.4).
5) Quando tencionamos ser conscienciosos e nos tornamos escrupulosos em demasia. Se o diabo não puder destruir a consciência, seus esforços se concentrarão na tentativa de enfermá-la. Conheço crentes que vivem em um estado de angústia permanente, temendo que venham a desagradar a Deus. Seu mundo de atos permitidos se torna mais e mais estreito, até que finalmente temem atirar-se nas atividades comuns da vida. E ainda acreditam que essa auto-tortura é uma prova de piedade.
Enquanto os filósofos religiosos buscam corrigir essa assimetria (que é comum à toda raça humana), pregando o “meio-termo áureo”, o cristianismo oferece um remédio muito mais eficaz. O cristianismo, estando de pleno acordo com todos os fatos da existência, leva em consideração este desequilíbrio moral da vida humana, e o medicamento que oferece não é uma nova filosofia, e sim uma nova vida. O ideal aspirado pelo crente não consiste em andar pelo caminho perfeito, mas em ser conformado à imagem de Cristo.

Por: Arthur W. Pink

PALAVRA DO DIA

Pois tu, SENHOR, abençoarás ao justo; circundá-lo-ás da tua benevolência como de um escudo.
Salmos 5:12

TENHAM UM ÓTIMO DIA!

PALAVRA DO DIA

E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã, o dia sexto.
Gênesis 1:31

ÓTIMO DIA!

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

VOCÊ É UM VERDADEIRO MEMBRO DE IGREJA?

Muitos crentes vão à igreja da mesma maneira que vão aos Correios. Não sabem quem abriu a agência ou a limpou. Não se importam com quem mais ali está, exceto os funcionários no balcão. Tudo que desejam é enviar suas correspondências e ir embora. Nem mesmo se interessam em olhar rapidamente para as outras pessoas que estão na fila, a menos que alguém lhes chame pelo nome. Se isto acontece, então se voltam e conversam um pouco com aquela pessoa.


Isto é o que acontece a muitos crentes. Tudo que lhes interessa é desfrutar do culto, do pastor e de sua mensagem. Não sabem quem abriu o templo, quem o varreu, colocou os hinários nos bancos, etc. Tudo que desejam é ouvir o sermão e desaparecer, voltando para casa. Se alguém os cumprimenta, então param, conversam um pouco antes de sumirem, retornando para casa.
Com certeza, isso está errado. Todo crente deveria ser um membro ativo de sua igreja. Se você é culpado desse tipo de atitude em relação à igreja, deve parar. Precisa tornar-se membro de uma igreja local e fazer que sua membresia seja significativa.
Isto é o que Bíblia ensina com a expressão .em um corpo., encontrada no versículo que citamos no início. Em sua conversão, você foi espiritualmente unido ao corpo de Cristo. Isto acontece porque a salvação assemelha- se a um pacote. Inclui regeneração, justificação, adoção, habitação do Espírito, etc. Um dos elementos deste pacote é a união com Cristo, ou seja, o processo pelo qual o Espírito Santo o enxerta no corpo de Cristo, de modo que você se torna um membro orgânico desse corpo (1 Co 12.12-13), ao invés de um membro autômato.
É necessário que esta experiência espiritual seja traduzida para termos concretos por meio de sua deliberada união visível a um grupo de crentes. Por causa de nossa união espiritual com Cristo, ajuntar-se a um grupo de crentes tem de ser desejado por você. Precisa haver em você o desejo de pertencer ao povo de Deus, que constitui a família dEle. Isto é o que significa ser membro de uma igreja: é uma expressão externa e objetiva de uma experiência subjetiva e íntima.
O Novo Testamento não menciona qualquer coisa a respeito de crentes que não se importam com a igreja e vivem isoladamente a vida cristã, andando para lá e para cá. Você tem de pertencer a uma igreja local. Existem muitos crentes que são semelhantes a ervas aquáticas, vivem flutuando de igreja em igreja. Não pertencem à membresia de nenhuma delas, mas estão presentes a todas as .poderosas. reuniões da cidade. Onde for aberta uma nova igreja, ali os encontraremos. E, se outra igreja for estabelecida, tais crentes mudarão para ela.
O seu crescimento espiritual é o motivo pelo qual Deus deseja que você se torne membro de uma igreja. Tornar-se membro ativo de uma igreja não é opcional ao seu crescimento na santidade. As inevitáveis implicações de pertencer à membresia de uma igreja podem ser resumidas na palavra .responsabilidade., sendo esta uma responsabilidade que temos indiretamente para com Deus e diretamente uns para com os outros. Considere o exemplo dos discípulos apresentado no Novo Testamento (At 2.42-47; 4.32-35).
Este é o motivo por que sua membresia a uma igreja não pode consistir apenas de um registro formal no rol de membros. Precisa ser expressa em envolvimento prático em toda a vida da igreja. Torne-se semelhante a um filho que se envolve positivamente nas tarefas do lar.
Você é um verdadeiro membro de igreja? Se não, acabe com essa atitude imediatamente! Se é membro de uma igreja, você é responsável? Existe uma diferença real entre você e os visitantes? Pense sobre os membros de sua igreja, você os conhece, está orando e se interessando por eles, a fim de ajudá-los em suas necessidades? Torne-se agora um responsável membro de igreja.

Por Conrad Mbewe

PALAVRA DO DIA

Responde-me, SENHOR, responde-me, para que este povo conheça que tu és o SENHOR Deus, e que tu fizeste voltar o seu coração.
1 Reis 18:37

BOM DIA!

domingo, 28 de agosto de 2011

BRASIL PODE DEIXAR DE SER O PAÍS MAIS CATÓLICO DO MUNDO

Brasil pode deixar de ser o país mais católico do mundo nos próximos 20 anos, de acordo com o Novo Mapa das Religiões, divulgado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. "É um ritmo forte de transformação. As mudanças que aconteceram em 100 anos agora estão acontecendo em dez [anos]. Se continuar essa perda de 1 ponto de porcentagem [de católicos] por ano, em 20 anos você teria menos de metade da população", calcula Marcelo Neri, coordenador do levantamento. 

A pesquisa mostra que atualmente o percentual de mulheres católicas (71,3%) é menor do que o de homens (75,3%). "Acima de tudo, acho que seja a chamada revolução feminina. Poucas coisas mudaram mais no cotidiano das pessoas do que questões como trabalho e anticoncepção entre as mulheres. O fato é que, embora as mulheres sejam bem mais religiosas do que os homens, elas são menos católicas, talvez por uma questão de afinidade", disse Neri. 

O Novo Mapa das Religiões revela que o sexo feminino representa a maioria entre adeptos de 23 das 25 religiões listadas como as mais populares pela pesquisa, como a católica, a evangélica pentecostal, a evangélica tradicional, a espírita kardecista, a luterana e a umbanda. Segundo o documento, enquanto os homens abandonaram crenças, elas mudaram de religião. "O catolicismo, o candomblé e o budismo são religiões masculinas. Todas as outras são basicamente femininas", acrescentou o coordenador. 

A pesquisa da FGV mostra que o Brasil vai de encontro à tese do sociólogo alemão Max Weber que associa a situação econômica à opção religiosa. "O Brasil talvez seja o grande contraexemplo dessa tese. Os países mais tradicionais europeus estão passando por grande dificuldade econômica e todos os maiores são essencialmente católicos. Já entre o Brics [Brasil, Índia, Rússia, China e África do Sul], o Brasil é o maior [em relação à economia e a adesão ao catolicismo]", avaliou Marcelo Neri. 

Outro dado do levantamento é que a taxa de catolicismo no Nordeste é a mais alta do Brasil (74%) e no Sudeste é a mais baixa (64%). "No entanto, no Nordeste [a taxa] tem crescido em velocidade 2,5 vezes maior do que no Sudeste", ressaltou o coordenador da pesquisa. 

Entre os estados, o Piauí é o que concentra o maior número de católicos. Na outra ponta, está Roraima, com a menor população adepta ao catolicismo e que também apresenta a menor religiosidade. 

O catolicismo está mais presente entre os mais ricos, da classe AB (69,07%), e entre os mais pobres, da classe E (72,76%). Entre as outras religiões, os evangélicos tradicionais estão concentrados, principalmente, nas classes AB (8,35%) e C (8,72%), reduzindo a participação nas camadas mais baixas, chegando a representar 4,69% da classe E. Seitas espíritas e espiritualistas representam 5,52% da população na classe AB. Entre as faixas de renda, a classe E foi a que se mostrou como a menos religiosa de todas (7,72% não têm religião). 


"Religiões orientais e afro-brasileiras estão mais presentes no topo [considerando a renda]. Quanto mais a renda aumenta, existe mais diversidade religiosa. Nos últimos anos no Brasil, houve uma queda acelerada do catolicismo, mas não em direção aos evangélicos pentecostais, como nas chamadas décadas perdidas, e mais em direção aos evangélicos tradicionais e todas as religiões alternativas ao catolicismo e aos grupos evangélicos", destacou Marcelo Neri.

Fonte: www.bonde.com.br

PALAVRA DO DIA

Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.
João 18:37

ÓTIMO DIA A TODOS!

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

VENDAS X COMPRAS


VENCEDORES DE GIGANTES


Nesse processo não existe sorte nem azar, mas coragem, determinação e muito trabalho. Thomas Alva Edson disse que nossas conquistas são resultado de dez por cento de inspiração e noventa por cento de transpiração. Vencedores de gigantes não olham para os obstáculos, mas para as oportunidades. Estava coberto de razão Henry Ford quando disse: “Obstáculos são aquelas coisas tenebrosas que vemos quando desviamos os olhos de nossos objetivos”.

Vencedores de gigantes triunfam em público, porque já tiveram importantes vitórias privadas. Saul destacava-se do ombro para cima de todos os demais guerreiros de Israel, mas não tinha estatatura suficiente para lutar contra o gigante Golias. Davi enfrenta e vence o gigante porque já triunfara sobre um leão e um urso na solidão das montanhas de Belém. O que você é na solidão determina o que você será em público. Caráter precede performance. O ser é mais importante do que o fazer.

Vencedores de gigantes não são covardes. Eles não fogem e nunca desistem. São perseverantes. Eles não contam com nada menos que a vitória. Fazem das derrotas do passado experiências indispensáveis para construírem as vitórias do futuro. Experiência não é simplesmente aquilo que acontece a um homem, mas o que ele faz com o que lhe acontece. Os vencedores jamais tiram os olhos do alvo. Eles são determinados e obcecados pela vitória, não importa o quão difícil ela pareceça ser. Quando Thomas Alva Edison inventou a lâmpada elétrica, fez mais de duas mil experiências antes de obter sucesso. Um jovem repórter perguntou-lhe como sentia-se tendo fracassado tantas vezes. Ele respondeu: “Eu nunca fracassei. Inventei a lâmpada elétrica. Só que esse foi um processo de dois mil passos”. John Milton ficou cego com quarenta e quatro anos. Dezesseis anos depois, escreveu o clássico Paraíso Perdido. Após uma perda progressiva da audição, o compositor alemão Ludwig Van Beethoven, com quarenta e seis anos, ficou totalmente surdo. Apesar disso, compôs a sua melhor música, inclusive cinco sinfonias, durante seus últimos anos. Quando Alexander Graham Bell inventou o telefone, em 1876, não impressionou muito possíveis patrocinadores. Depois de dar um telefonema para demonstração, o Presidente Rutherford Hayes disse: “É uma invenção surpreendente, mas quem iria querer usar um desses?”

Em 1952, Edmund Hillary tentou escalar o Monte Everest, a mais alta montanha do mundo, com 8.800 metros. Algumas semanas depois de sua tentativa fracassada, pediram-lhe que falasse para um grupo na Inglaterra. Propositadamente colocaram uma grande gravura do Monte Everest na parede do auditório. Quando o alpinista viu a gravura, abaixou a cabeça e cabisbaixo dirigiu-se à plataforma. Quando passaram-lhe a palavra, Hillary andou para a beira do palco e apontou um dedo para a gravura da montanha, e disse em voz alta: “Monte Everest, você derrotou-me da primeira vez, mas eu o derrotarei da próxima, porque você já cresceu tudo o que tinha de crescer, mas eu ainda estou crescendo!” Em maio do ano seguinte, Edmund Hillary tornou-se o primeiro homem a escalar o Monte Everest. Vencedores de gigantes não desistem, mesmo diante dos maiores obstáculos.

Vencedores de gigantes não são movidos a elogios nem desencorajados pelas críticas. Eles não são hiper-sensíveis nem melindrosos. São livres para escolher seu próprio caminho. Vicktor Frankl dá o seu testemunho: “Nós, que vivemos nos campos de concentração, lembramo-nos dos homens que passavam pelas tendas confortando os outros, dando-lhes seu último depaço de pão. Podem ter sido poucos, mas são prova suficiente de que se pode tirar tudo de um homem, menos uma coisa: a última de suas liberdades – a de escolher seu comportamento em quaisquer circunstâncias; a de escolher seu próprio caminho”. Você é livre para tomar as suas decisões. A escolha de vencer as crises e os gigantes é sua. Mesmo que o reconhecimento não venha e as críticas se multipliquem, não abra mão de ser um vencedor. Enfrente essa peleja confiado na vitória.

Você pode ser um vencedor de gigantes. Não fuja, não se esconda, enfrente e vença os gigantes!

Pastor Wanderley da Silva - São José - SC

DOGÃO LANCHES


PALAVRA DO DIA

Porém, o SENHOR disse a Moisés: Teria sido encurtada a mão do SENHOR? Agora verás se a minha palavra se há de cumprir ou não.
Números 11:23

ÓTIMO DIA!

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

MARCOS FIUSA


MIGRAÇÕES ENTRE RELIGIÕES - "O NOVO RETRATO DA FÉ NO BRASIL"

Pesquisas indicam o aumento da migração religiosa entre os brasileiros, o surgimento dos evangélicos não praticantes e o crescimento dos adeptos ao islã. O tema abordado em matéria da Revista IstoÉ  - LEIA O POST E COMENTE…
Acaba de nascer no País uma nova categoria religiosa, a dos evangélicos não praticantes. São os fiéis que creem, mas não pertencem a nenhuma denominação. O surgimento dela já era aguardado, uma vez que os católicos, ainda maioria, perdem espaço a cada ano para o conglomerado formado por protestantes históricos, pentecostais e neopentecostais. Sendo assim, é cada vez maior o número de brasileiros que nascem em berço evangélico – e, como muitos católicos, não praticam sua fé. Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelaram, na semana passada, que evangélicos de origem que não mantêm vínculos com a crença saltaram, em seis anos, de insignificantes 0,7% para 2,9%. Em números absolutos, são quatro milhões de brasileiros a mais nessa condição. Essa é uma das constatações que estatísticos e pesquisadores estão produzindo recentemente, às quais ISTOÉ teve acesso, formando um novo panorama religioso no País.
Isso só é possível porque o universo espiritual está tomado por gente que constrói a sua fé sem seguir a cartilha de uma denominação. Se outrora o padre ou o pastor produziam sentido à vida das pessoas de muitas comunidades, atualmente celebridades, empresários e esportistas, só para citar três exemplos, dividem esse espaço com essas lideranças. Assim, muitas vezes, os fiéis interpretam a sua trajetória e o mundo que os cerca de uma maneira pessoal, sem se valer da orientação religiosa. Esse fenômeno, conhecido como secularização, revelou o enfraquecimento da transmissão das tradições, implicou a proliferação de igrejas e fez nascer a migração religiosa, uma prática presente até mesmo entre os que se dizem sem religião (ateus, agnósticos e os que creem em algo, mas não participam de nenhum grupo religioso). É muito provável, portanto, que os evangélicos pesquisados pelo IBGE que se disseram desvinculados da sua instituição estejam, como muitos brasileiros, experimentando outras crenças.

ALÁ Nogueira, muçulmano há um ano: no Rio, os convertidos saltaram de 15% da comunidade para 85% em 12 anos
É cada vez maior a circulação de um fiel por diferentes denominações – ao mesmo tempo que decresce a lealdade a uma única instituição religiosa. Em 2006, um levantamento feito pelo Centro de Estatística Religiosa e Investigações Sociais (Ceris) e organizado pela especialista em sociologia da religião Sílvia Fernandes, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), verificou que cerca de um quarto dos 2.870 entrevistados já havia trocado de crença. Outro estudo, do ano passado, produzido pela professora Sandra Duarte de Souza, de ciências sociais e religião da Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), para seu trabalho de pós-doutorado na Universidade de Campinas (Unicamp), revelou que 53% das pessoas (o universo pesquisado foi de 433 evangélicos) já haviam participado de outros grupos religiosos.
“Os indivíduos estão numa fase de experimentação do religioso, seja ele institucionalizado ou não, e, nesse sentido, o desafio das igrejas estabelecidas é maior porque a pessoa pode escolher uma religião hoje e outra amanhã”, afirma Sílvia, da UFRRJ. “Os vínculos são mais frouxos, o que exige das instituições maior oferta de sentido para o fiel aderir a elas e permanecer. É tempo de mobilidade religiosa e pouca permanência.” Transitar por diferentes crenças é algo que já ocorre há algum tempo. A intensificação dessa prática, porém, tem produzido novos retratos. Denominadores comuns do mapa da circulação da fé pregam que católicos se tornam evangélicos ou espíritas, assim como pentecostais e neopentecostais recebem fiéis de religiões afro-brasileiras e do protestantismo histórico. Estudos recentes revelam também que o caminho contrário a essas peregrinações já é uma realidade.
Em sua dissertação de mestrado sobre as motivações de gênero para o trânsito de pentecostais para igrejas metodistas, defendida na

AMÉM É cada vez mais comum ex-pentecostais, como o atual metodista Barbosa, que foi pastor da Assembleia de Deus (acima), aderirem às protestantes históricas
Umesp, a psicóloga Patrícia Cristina da Silva Souza Alves verificou, depois de entrevistar 193 protestantes históricos, que 16,5% eram oriundos de igrejas pentecostais. Essa proporção era de 0,6% (27 vezes menor) em 1998, como consta no artigo “Trânsito religioso no Brasil”, produzido pelos pesquisadores Paula Montero e Ronaldo de Almeida, do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). Para Patrícia, o momento econômico do Brasil, que registra baixos índices de desemprego e ascensão socioeconômica da população, reduz a necessidade da bênção material, um dos principais chamarizes de uma parcela do pentecostalismo. “Por outro lado, desperta o olhar para valores inerentes ao cristianismo, como a ética e a moral cristã, bastante difundidas entre os protestantes históricos”, afirma.
Em busca desses valores, o serralheiro paraibano Marcos Aurélio Barbosa, 37 anos, passou a frequentar a Igreja Metodista há um ano e meio. Segundo ele, nela o culto é ofertado a Deus e não aos fiéis, como acontecia na pentecostal Assembleia de Deus, a instituição da qual Barbosa foi devoto por 16 anos, sendo sete como presbítero. O serralheiro cumpria à risca os rígidos usos e costumes impostos pela denominação. “Eu não vestia bermuda nem dormia sem camisa, não tinha tevê em casa, não bebia vinho, não ia ao cinema nem à praia porque era pecado”, conta. Com o tempo, o paraibano passou a questionar essas proibições e acabou migrando. “Na Metodista encontrei um Deus que perdoa, não um justiceiro.”
A teóloga Lídia Maria de Lima irá defender até o final do ano uma dissertação de mestrado sobre o trânsito de evangélicos para religiões afro-brasileiras. A pesquisadora já entrevistou 60 umbandistas e candomblecistas e verificou que 35% deles eram evangélicos antes de entrar para os cultos afros. Preterir as denominações cristãs por religiões de origem africana é outro tipo de migração até então pouco comum. Não é, porém, uma movimentação tão traumática, uma vez que o currículo religioso dos ex-evangélicos convertidos à umbanda ou ao candomblé revela, quase sempre, passagens por grupos de matriz africana em algum momento de suas vidas. Pai de santo há dois anos, o contador Silvio Garcia, 52 anos, tem a ficha religiosa marcada por cinco denominações distintas – e a umbanda é uma delas. Foi aos 14 anos, frequentando reuniões na casa de uma vizinha, que Garcia, batizado na Igreja Católica, aprendeu as magias da umbanda. Nessa época, também era assíduo frequentador de centros espíritas. Aos 30, ele passou a cursar uma faculdade de teologia cristã e, com o diploma a tiracolo, tornou-se presbítero de uma igreja protestante. Um ano depois, migrou para uma pentecostal, onde pastoreou fiéis por seis anos. “Mas essas igrejas comercializam a figura de Cristo e eu não me sentia feliz com a minha fé”, diz.
A teóloga Lídia sugere que os sistemas simbólicos das religiões evangélica e afro-brasileira têm favorecido a circulação de fiéis da

SALVAÇÃO Homens pensam em si quando buscam uma nova crença: Higuti, pastor da Bola de Neve, queria se livrar das drogas
primeira para a segunda. “Há uma singularidade de ritos, como o fenômeno do transe. Um dos entrevistados me disse que muito do que presenciava na Igreja Universal (do Reino de Deus) ele encontrou na umbanda”, diz. Em suas pesquisas, fiéis do sexo feminino foram as que mais cometeram infidelidade religiosa (67%). Os motivos que levam homens e mulheres a migrar de religião (leia quadro à pág. 60) foram investigados pela professora Sandra, da Umesp. Em outubro, suas conclusões serão publicadas em “Filosofia do Gênero em Face da Teologia: Espelho do Passado e do Presente em Perspectiva do Amanhã” (Editora Champanhat).
Uma diferença básica entre os sexos é que as mulheres mudam de religião em busca de graça para quem está a sua volta (a cura para filhos e maridos doentes ou a recuperação do casamento, por exemplo). Já os homens são motivados por problemas de fundo individual. Assim ocorreu com o empresário paulista Roberto Higuti, 45 anos, que se tornou evangélico para afastar o consumo e o tráfico de drogas de sua vida. Católico na infância, budista e adepto da Igreja Messiânica e da Seicho-No-Ie na adolescência, Higuti saiu de casa aos 15 anos e se tornou um fiel seguidor do mundo do crime. Sua relação com as drogas foi pontuada por internação em hospital psiquiátrico, prisão e duas tentativas de suicídio. Certo dia, cansado da falta de perspectivas, viu uma marca de cruz na parede, ajoelhou-se e disse: “Jesus, se tu existes mesmo, me tira dessa vida maldita.” Há cinco anos, o empresário é pastor da neopentecostal Igreja Bola de Neve, onde ministra dois cultos por semana. “Quero, agora, ganhar almas para o Senhor”, diz.
Antes de se fixar na Bola de Neve, Higuti experimentou outras quatro denominações evangélicas. Mobilidades intraevangélicas como as dele ocorrem com aproximadamente 40% dos adeptos de igrejas pentecostais e neopentecostais, segundo a especialista em sociologia da religião Sílvia, da UFRRJ. Os neopentecostais, porém, possuem uma particularidade. Seus fiéis trocam de igreja como quem descarta uma roupa velha: porque ela não serve mais. São a homogeneização da oferta religiosa e a maior visibilidade de algumas denominações que produzem esse efeito. “Esse grupo, antigamente, era o tal receptor universal de fiéis, para onde iam todas as religiões. Hoje, a singularidade dele é o fato de receber membros de outras neopentecostais”, diz Sandra, da Umesp. “Quanto mais acirrada a concorrência, maior a migração.” A exposição na mídia, fundamentalmente na tevê, é a principal estratégia dos neopentecostais para roubar adeptos da concorrente direta. E cada vez mais as pessoas estabelecem uma relação utilitária com a religião. De acordo com a pesquisadora Sandra, se não há o retorno (material, na maioria das vezes), o fiel procura outra prestadora de serviço religioso. Estima-se, por exemplo, que 70% dos atuais adeptos da Igreja Mundial – uma dissidente da Universal – tenham migrado para lá vindos da denominação de Edir Macedo. “Entre os neopentecostais não se busca mais um líder religioso, mas um mago que resolva tudo num estalar de dedos”, diz Sandra. “Essa magia faz sucesso, mas tem vida curta, uma vez que o fiel se afasta, caso não encontre logo o que quer.”

SEM LAÇOS Lucina não segue nenhum credo, mas quando quer alcançar uma graça procura algum serviço religioso: 30% fazem o mesmo anualmente
Cansada de pular de uma crença para outra, a artesã paulista Lucina Alves, 57 anos, não sente mais necessidade de pertencer a uma igreja. Há oito anos, ela diz ser do grupo dos sem-religião. No entanto, recorre a ritos de fé, principalmente católicos, espíritas e da Seicho-No-Ie, sempre que sente vontade de zelar pelo bem-estar de alguém. “Há um mês, fui até uma benzedeira ligada ao espiritismo para ajudar meu filho que passava por problemas conjugais”, diz. Dados do artigo “Trânsito religioso no Brasil” revelaram que 30,7% das pessoas que se encontram na categoria dos sem-religião frequentam algum serviço religioso anualmente e 20,3% fazem o mesmo mais de uma vez por mês. “Já participei de reuniões evangélicas de orações em casa de familiares”, conta Lucina.
A artesã não cultua santos, crê em Deus, Jesus Cristo e acende vela para anjos. No campo das ciências da religião, manifestações espirituais como as dela são recentes e vêm sendo tema de novos estudos. A migração de brasileiros para o islã é outro fenômeno que cresce no País. O número de convertidos na comunidade muçulmana do Rio de Janeiro, por exemplo, saltou de 15% em 1997 para 85% em 2009. Ex-umbandista que hoje atende por Ahmad Abdul-Haqq, o policial militar paulista Mario Alves da Silva Filho tem um inventário religioso de dar inveja. Batizado no catolicismo, aos 9 anos estreou na umbanda em uma gira de caboclo e baianos. Um ano depois, juntando moedas que ganhava dos pais, comprou seu primeiro livro, sobre bruxaria. Aos 14, passou a frequentar a Federação Espírita paulista, onde fez cursos para trabalhar com incorporações e psicografia. Aos 17 anos, trabalhou em ordens esotéricas ao mesmo tempo que dava expediente na umbanda. O policial, mestrando em sociologia da religião na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), decidiu se converter ao islã quando fazia um retiro de padres jesuítas. Em uma noite,

MECA Migração atípica: o policial Filho, de currículo religioso extenso, trocou a umbanda pelo islã
sonhou com um árabe que o indicava o islã como resposta para suas dúvidas. Aos 29 anos, ele entrou em uma mesquita e disse que queria ser muçulmano. Saiu dela batizado e, desde então, faz cinco orações e repete frases do “Alcorão” diariamente. “Descobri que sou uma criatura de Deus e voltarei ao seio do Criador.”
Faz dez anos que o número de convertidos ao islã no País aumentou. E não são os atentados às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001, que marcam esse novo fluxo, mas a novela “O Clone”, da Globo. Foi ela que “introduziu no imaginário cultural brasileiro imagens bastante positivas dos muçulmanos como pessoas alegres e devotadas à família”, como defende Paulo Hilu da Rocha Pinto em “Islã: Religião e Civilização – Uma Abordagem Antropológica” (Editora Santuário), de 2010. “De lá para cá, a conversão de brasileiros cresceu 25%. Em Salvador, 70% da comunidade é de convertidos”, diz a antropóloga Francirosy Ferreira, pesquisadora de comunidades muçulmanas da Universidade de São Paulo (USP), de Ribeirão Preto.
Assistente financeiro, o paulista Luan Nogueira, 23 anos, tornou-se muçulmano há um ano. Por indicação de um amigo, passou a pesquisar o islã e descobriu que o discurso estigmatizado criado após o 11 de setembro, que relacionava a religião à intolerância e à violência, não era verdadeiro. “Encontrei na mesquita e no “Alcorão” a ética da boa conduta”, diz. “Me sinto mais próximo de Deus no islã.” Para o professor Frank Usarski, do Centro de Estudo de Religiões Alternativas de Origem Oriental, da PUC-SP, o atrativo do islã é o fato de não ter perdido, diferentemente de outras religiões, a competência da interpretação completa da vida. “Ele oferece um guarda-chuva de referências para esferas como economia e ciência”, diz Usarski.
Segundo o escritor Pinto, que também é professor de antropologia da religião na Universidade Federal Fluminense, o islã permite aos

ORIXÁS Ex-liderança evangélica, Garcia largou os cultos cristãos (abaixo) para se tornar pai de santo
adeptos uma inserção e compreensão sobre questões atuais, como, por exemplo, a Palestina, a Guerra do Iraque e segurança internacional, para as quais outros sistemas religiosos talvez não deem respostas. “Se a adoção do cristianismo em contextos não europeus do século XIX pôde ser definida com uma conversão à modernidade, a entrada de brasileiros no islã pode ser vista como uma conversão à globalização”, escreve ele, em seu livro.
É cada vez mais comum, no País, fiéis rezando com a cartilha da autonomia religiosa. Esse chega para lá na fé institucionalizada tem conferido características mutantes na relação do brasileiro com o sagrado, defende a professora Sandra, de ciências sociais e religião da Umesp. “Deus é constituído de multiplicidade simbólica, é híbrido, pouco ortodoxo, redesenhado a lápis, cujos contornos podem ser apagados e refeitos de acordo com a novidade da próxima experiência.” Agora é o fiel quem quer empunhar a escrita de sua própria fé.


Fonte: Revista IstoÉ

PALAVRA DO DIA

Eu, o SENHOR, a guardo, e cada momento a regarei; para que ninguém lhe faça dano, de noite e de dia a guardarei.
Isaías 27:3

BOM DIA!

terça-feira, 23 de agosto de 2011

VENCESCRED FINANCEIRA


COMO VAI A SEDE ADMINISTRATIVA DA TUA ALMA

A Bíblia chama o centro administrativo da nossa alma de coração, mas também podemos ver que é chamado de mente. É dali que procede os bons ou maus pensamentos, sentimentos positivos ou negativos, fé ou incredulidade, amor ou ódio. A boca, ou na modernidade tecnológica também os dedos, podem revelar o que há em seu interior, Mt 12.34. O profeta Jeremias disse que "O coração é enganoso e incurável, mais que todas as coisas; quem pode conhecê-lo?" (Jr 17.9). Esse centro administrativo da alma pode ser o templo do Espírito Santo ou a oficina de Satanás. O coração pode guardar razões desconhecidas de todas as pessoas ao redor, mas muitas vezes sob comando de Deus ou do próprio diabo. Deus não se engana, Ele conhece-nos internamente. Ele advertiu Caim, quando no íntimo tinha sentimentos maus contra seu irmão, Abel. No entanto, Caim ignorou a voz de Deus, Gn 4.6-8.

Tudo quanto julgamos valioso procuramos guardar ou assegurar contra corrosão ou roubo. Provérbios 4:23 afirma que "Acima de tudo que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida". A promessa de Deus é que para experimentar as preciosas bênçãos é preciso manter o coração limpo "Aquele que é limpo de mãos e puro de coração; Esse receberá uma bênção do SENHOR" (Sl 24.4-5).
Precisamos cuidar do centro administrativo da nossa alma com mais cuidado, pois Jesus alertou: "Porque do coração é que saem os maus pensamentos, homicídios, adultérios, imoralidade sexual, furtos, falsos testemunhos e calúnias" (Mateus 15:19).
O salmista declarou: "Guardei a tua palavra no meu coração para não pecar contra ti" (Sl 119.11).
Vamos decidir hoje entregar o comando do nosso coração Àquele que pode administrá-lo bem: "Estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo" (Ap 3.20).
O apóstolo Paulo deixou bem claro que a obra de Deus deve começar no coração: "Porque, se com a tua boca confessares Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo; pois com o coração é que se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação" (Romanos 10:9-10).
Prezado leitor: mantenha seu coração limpo e puro, pois somente assim poderás aguardar em boa esperança a vitória final: "Bem-aventurados os limpos de coração, pois verão a Deus" (Mt 5.8).
Não entregue a chave do seu coração ao diabo, mas entregue-a somente a Jesus e sua vida resplandecerá a todos seus familiares e amigos, inclusive aqueles que se mantiverem como inimigos seus verão o seu brilho e glorificarão a Deus.


Um abraço!

Pastor Wanderley da Silva (IPR em São José - SC)

NEW STYLLU'S


FELIZ ANIVERSÁRIO

Hoje o dia é especial para a Marlene Pinheiro. Na foto ao lado do pequenino Yudi.
Desejamos toda sorte de bençãos sobre sua vida e que você continue cada dia mais sendo essa benção em nossas vidas!
Parabéns!

PALAVRA DO DIA

Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.
João 15:1-2

TENHAM UM ÓTIMO DIA!

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

ORAÇÃO ANTES DE AULAS LEVA PAIS A TRAVAREM "GUERRA SANTA"

Uma "guerra santa" foi travada entre os pais das 180 crianças de 4 e 5 anos que estudam no Jardim de Infância da 404 Norte, na região central de Brasília. Uma oração feita pelos alunos diariamente, antes do início das aulas, é o principal motivo da discórdia. De um lado está um grupo de pais que pede a exclusão de referências religiosas das atividades escolares. Do outro, os que apoiam o ritual diário e consideram que a direção da escola está sendo perseguida. 

A discussão teve início quando uma denúncia sobre o assunto foi encaminhada à Ouvidoria da Secretaria de Educação do Distrito Federal. Todos os dias antes das aulas os alunos se reúnem no pátio da escola para o momento chamado de acolhida. Nessa hora, são estimulados a fazer uma "oração espontânea", como define a diretora Rosimara Albuquerque. A cada dia, crianças de uma turma ficam responsáveis por fazer os agradecimentos a Deus ou ao "Papai do Céu". "Pode agradecer pelo parquinho, pelos colegas. Mas houve um questionamento por parte dos pais para que fosse um momento de acolhida um pouco mais amplo já que algumas famílias não comungam dessa religião, que seria basicamente cristã", conta Rosimara, que está à frente da escola há seis anos. 
Para a radialista Eliane Carvalho, integrante da Associação de Pais e Mestres do colégio, a escola está ultrapassando os limites permitidos pela legislação. Ela e outros pais que protestam contra essas atividades se apoiam no princípio constitucional da laicidade para pedir que práticas de cunho religioso fiquem de fora do ambiente escolar. Além do momento da acolhida, ela conta que notou outros sinais de violação, a partir de informações que o filho de 4 anos levava para casa. 
"Não posso dizer que existem dentro da sala de aula práticas religiosas. Mas meu filho não aprendeu em casa a orar em nome de Jesus. Um dia ele me disse que o telefone para falar com Jesus era dobrar o joelho no chão", relata Eliane. 
Em resposta à denúncia, um grupo maior de pais organizou um abaixo-assinado a favor da escola e da oração no início das aulas. Alguns alegam que a diretora está sendo perseguida por ser católica e atuante em grupos religiosos. "A forma como eles [professores e direção] estão atuando não é nada abusiva ou direcionada a uma crença específica. Eles colocam a palavra de Deus, como entidade superior, e agradecem à família. São só coisas boas, frutos bons. Quem está incomodado é uma minoria", defende Thiago Meirelles, que é católico e pai de um aluno. 
Para Carolina Castro, mãe de outro estudante, a intenção da escola é positiva e busca a socialização. "Não acho que eles estejam tratando de religião em si, mas passando uma noção de agradecimento do que é precioso na vida. Não acho que isso seja ensino religioso", diz. 
Eliane Carvalho lamenta que a discussão tenha ficado polarizada. "Não é uma discussão pessoal, mas de currículo. O grupo que fez o abaixo-assinado passou a nos ver como perseguidores de cristãos, hoje somos vistos como pessoas absurdas que não querem a palavra de Deus na escola. Todos têm o direito de fazer suas orações, mas eu questiono o fato de a escola aceitar uma prática que, para mim, se configura em arrebanhar fiéis", diz. 
O momento da acolhida é feito há 40 anos, desde que a escola foi fundada, e é comum também em outros colégios da rede. Na última semana a reza foi substituída por cantigas de roda e outras atividades. "Aí, sim, parecia uma escola, antes parecia uma igreja. Como pai que tem a obrigação de dar uma orientação religiosa à filha, não posso permitir que haja divergência. O mais triste é que, apesar de essas pessoas dizerem que estão pregando o amor e o respeito, elas não têm respeito nenhum pela minha liberdade de que não haja essa interferência [religiosa]", diz Mafá Nogueira, pai de uma aluna. 
Para resolver o problema, a escola vai convocar reuniões com pais, professores, funcionários e representantes da Secretaria de Educação. "Vamos discutir como a gente pode abordar a pluralidade e a diversidade sem agredir ninguém e que todos possam sair satisfeitos. Mas essa polêmica é salutar porque, na medida em que a gente ouve questionamentos de pais que pensam diferente, isso é saudável para o crescimento. Podemos adotar uma postura diferente, estruturada no que a comunidade pensa", avalia a diretora Rosimara, que usava no pescoço um cordão com um crucifixo enquanto conversava com a reportagem da Agência Brasil. 
A Secretaria de Educação do Distrito Federal informou que desconhece problemas semelhantes em outras escolas da rede e reiterou que orienta as unidades a seguir a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que veda qualquer prática proselitista no ambiente escolar.



Fonte: Agência Brasil (www.bonde.com.br)